Dando continuidade ao segmento artístico iniciado na edição anterior, que visa fomentar o protagonismo, a criação e a liderança artística de pessoas com deficiência (PCD), a 28ª edição do Cultura Inglesa Festival realiza o segundo chamamento público de Artes Digitais - Cultura DEF para projetos artísticos digitais. Nesta 2a edição, conta pela primeira vez com a parceria institucional do UNLIMITED (Reino Unido), referência em fomento de obras de artistas com deficiência desde 2012. 2º CULTURA DEF apresenta trabalhos inéditos, desenvolvidos especialmente para serem exibidos de forma online durante o 28º CIF, um edital criado, protagonizado e selecionado por pessoas com deficiência.
O júri desta 2ª edição foi composto por: Claudio Rubino, Péricles Silveira, Rebecca Hinton, Ruth Simmons, Izzi George e Fi McGregor. Os 6 projetos contemplados são:
Assista aqui às obras selecionadas!
Mundo Flutuante / Floating World [Libras e Legenda] Em breve, vídeo com Audiodescrição.
Ana do Vale, de Extremoz - Rio Grande do Norte
Vídeo-ensaio que acompanha, em ritmo hipnótico, a permanência de um corpo DEF em estado crônico. Entre imagens fragmentadas e um texto que alterna fúria, nostalgia e maravilhamento, o filme recusa o mito da cura limpa e oferece, em vez disso, a visão de uma cura bagunçada: mãos na terra, memória em círculos, uma sensibilidade que é ferida e poder. Um convite a mergulhar na intimidade da resistência, onde o corpo conta o que sabe e, ao se desdobrar, revela formas inesperadas de existir.
Monumento Aleijado / Crip Monument [Libras, Legenda e Audiodescrição]
Céu Vasconcelos, de Fortaleza - Ceará
Videoperformance que discute e disputa o direito ao corpo, à cidade, à fabulação e à memória. Nas ruas de Fortaleza-CE, o artista ocupa e aleija o espaço urbano com uma grande prótese — um braço prateado que se arrasta, serpenteia e vibra, ativando sons e memórias. Se outrora corpos com deficiência eram silenciados e invisibilizados, hoje, aqui, eles se expandem, criando presenças monumentais e poéticas. O corpo se inscreve como monumento vivo e errante, questionando a história oficial e instaurando outras possibilidades de corpo e vida. Convidando o público a imaginar outras formas de ser, habitar e se relacionar, em que o corpo aleijado não é falta, mas potência fundadora de uma estética, poética e política aleijada.
DEFFuturismo 3: A Humanidade Diversa / DEFFUTURISM 3: Diverse Humanity [Legendas, Audiodescrição e Libras]
João Paulo de Oliveira Lima, de Fortaleza - Ceará
Dança-manifesto que ativa o corpo DEF como tecnologia viva — disparando suas histórias, suas marcas e suas futuridades. A obra propõe um discurso possível frente a uma humanidade presente, ainda pautada pela hegemonia que tenta apagar nossas diferenças. O que antes foi ausência, aleijo, deficiência, aqui se revela como tecnologia de sobrevivência e reinvenção, capaz de gestar uma nova humanidade — múltipla, diversa, insurgente.